segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Homofobia e Estado Democrático




Por Inácio Sousa
Estudante de Jornalismo



Inácio



O Brasil viu acontecer neste último ano de 2010 através dos diversos meios de comunicação aumentar os casos de violência a homossexuais em todo o país. O que está acontecendo? Por que tanta violência? Ocorrem no Brasil, as manifestações públicas a favor da diversidade sexual mais numerosas do mundo. Vimos ocorrer em São Paulo, onde é realizada a maior Parada Pela Diversidade Sexual do Mundo com cerca de 3 milhões de pessoas, os piores  crimes contra homossexuais.Jovens gays são os mais atingidos com toda essa violência gratuita em que até uma lâmpada florescente, que simboliza luz, é usada  para agredir pessoas simplesmente por amarem um ser igual a eles.No Estado do Ceará não é diferente.
 O Primeiro é: onde está a tão falada e almejada democracia? Sabe-se que a palavra democracia vem do grego e significa demos:povo e cracia: poder, ou seja, poder do povo. Segundo a  biologia, um povo é dividido em diversos segmentos, entre eles não podemos deixar de citar o segmento LGBTT.É claro que isso é mais uma invenção do sistema capitalista para compensar as suas mazelas, entretanto é necessário para a sua manutenção.Retornando ao artigo do jornalista, podemos dizer que não fazer políticas públicas que contemple o segmento é um crime aos direitos universias do homem que diz que todos somos iguais perante a lei. Essas pessoas não são seres humanos dotados de inteligência, amor e afeto, além do mais não pagam seus imposos como todo cidadão comum? Então por que negá-las o direito, perante a lei, de vivenciarem plenamente esse amor e esse afeto por uma pessoa do mesmo sexo? Sinceramente não entendo em que ponto a União Civil entre pessoas do mesmo sexo possa ferir os heterossexuais e religiosos.O grande problema é que o Estado brasileiro só associa Democracia a um viés puramente eleitoral;50% mais um e esquece de todo o resto que é a minoria e como toda minoria tem que ser esmagada pela maioria.Esse sim é um conceito distorcido de democracia.E se a Argentina negasse a União Civil entre pessoas do mesmo sexo, elas continuariam a ser excluídas pelo Estado? Sim, digo isso pois não é fácil contruir políticas públicas para o segmento gay.O Estado brasileiro precisa sair da área da abstração para a concretização de fato e de direito dessas políticas públicas. Desde o início do governo Lula em 2003, o Brasil vem se esforçando para construir políticas públicas que contemple o segmento LGBTT, como por exemplo o Programa Brasil sem Homofobia de 2005, a I Conferência Nacional LGBTT em 2008 na qual o presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente, algo inédito no mundo, e mais recentemente foi criado o Programa Nacional de Direitos Humanos. Tudo isso é muito importante, entretanto ainda insignificante diante das estatísticas da violência que coloca o nosso país no rankig dos piores crimes homofóbicos do mundo. Enquanto isso o projeto de lei que trata da União Civil para pessoas do mesmo sexo e o PL 122 que torna a Homofobia (aversão, nojo, ódio, agressão física ou verbal a homossexuais) crime, sequer saiu da Comissão de Legislação e Justiça do senado, continuam se arrastando no Congresso em decorrência da intolerância de parlamentares fundamentalistas religiosos que acreditam viver ainda na idade média.

 Em média, por mês, um LGBTT (Lésbica, Gay, Bissexual, Travesti, Transexual) é assassinado em decorrência da intolerância à diversidade sexual. O que está havendo no seio da nossa sociedade para reagir assim de maneira tão truculenta as homossexualidades?  A livre orientação sexual, e não opção sexual como muitos o queiram, isso porque opção remete à escolha o que implica responsabilidades, deve ser exercida com pleno direito em uma nação que se auto-intitula democrática. Mas que democracia é essa em que gays e lésbicas são excluídas do mercado de trabalho, do convívio de familiares e amigos unicamente por amar diferente? E o que dizer das nossas travestis que tem se evadido da escola por culpa da discriminação sofrida pelos professores e colegas de classe? Certa vez li em um artigo de um famoso jornalista cearense em que ele se dizia contrário a aprovação da união civil entre pessoas do mesmo sexo pelo parlamento argentino já que esse mesmo país havia feito um plebiscito em que a maioria dos argentinos se diziam contra a lei. Vejamos então o porquê refutar tais argumentos.
          O preconceito é tão latente que faz com que os próprios homossexuais se discriminem, como é o caso de gays masculinizados e incumbados agredirem os gays efemiados que declaram abertamente a sua orientação sexual.Basta! Queremos um Estado e uma sociedade comprometidos com o verdadeiro sentido de liberdade e cidadania.Que cumpram com o seu papel de promover a paz, a vida e todas as formas de amar.Uma nação sem violência é um direito de todas e todos.



         

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